Quando ouvimos falar sobre qualquer procedimento estético, já vem à nossa cabeça algo relacionado à vaidade e bem-estar. Um luxo. Mas sabia que muitos tratamentos deste tipo são essenciais para a saúde? Tanto para prevenção, quanto para tratamento de algumas doenças. Alguns até são mais comuns do que parecem.
O câncer de mama é a doença mais comum entre as mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 60 mil casos são registrados por ano. Em muitos deles, é necessário retirar uma ou até as duas mamas. Por isso, após o término do tratamento, existe a possibilidade de reconstrução do seio afetado pelo tumor. E não precisa ser só com a tradicional prótese de silicone. Enxerto de gordura, elevação mamária e a revisão da cicatriz são procedimentos pós conclusão do tratamento.
Outro caso muito comum é o da redução das mamas. A sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica informa que 114 mil cirurgias são feitas por ano com esse objetivo. Esse procedimento só pode ser feito em mulheres com a glândula mamária totalmente desenvolvida, mais comum após os 18 anos. E se engana quem pensa que é feita só por estética. Em muitas situações, os médicos recomendam a cirurgia de redução, pois o excesso de peso na região peitoral prejudica a postura e causa dores na região lombar e até má formação da coluna. Sem falar na limitação de alguns movimentos.
A obesidade, por muito tempo, foi tratada como um tabu estético. Porém, com o avanço da medicina, estudos mostram o quanto o excesso de peso pode acarretar graves problemas de saúde. Principalmente, doenças cardíacas. Para casos extremos, a solução é a cirurgia bariátrica. A mudança da forma original do estômago para receber menos alimento. Apesar de um resultado rápido, o pós-operatório é muito importante por conta da mudança extrema de rotina. Normalmente acompanhada com uma dieta de nutrientes e vitaminas complementares.
Esse choque repentino é tão impactante que “engana” até o corpo. Nosso organismo não acompanha a rapidez da perda de peso em grande quantidade e a pele, que é um tecido elástico, não consegue se adaptar ao “novo corpo” no mesmo ritmo. Assim, forma-se um excesso de pele, que também é retirado com um processo cirúrgico chamado abdominoplastia.
Junto com a prótese de silicone nos seios, a rinoplastia é um dos procedimentos estéticos mais procurados. Motivo de mais de 70 mil cirurgias em 2019, a correção do nariz se dá por diversos motivos. Além de ajustar o formato, alinhar a ponta, afinar e outros detalhes, ela também é necessária para melhorar a respiração. Por indicação de um otorrinolaringologista, a rinoplastia é também realizada para correção do desvio de septo, corte de carne esponja ou cartilagem. Qualquer coisa que atrapalhe a respiração do paciente.
Apesar de parecerem, em uma primeira visão, procedimentos estéticos, para os quais não haveria cobertura do plano de saúde, quando visam combater uma doença ou uma deficiência ou deformidade do corpo, são consideradas cirurgias reparadoras, sobre as quais existe cobertura securitária. A palavra final, a indicar ou não a necessidade do procedimento, é do médico. Portanto, se for comprovado que a intervenção visa a melhora da qualidade de vida ou tratamento de doença, deve-se exigir da operadora de saúde a cobertura do procedimento.
Caso tenha dúvidas sobre a possibilidade de pedir autorização de algum procedimento para o plano de saúde, procure um advogado especialista para orientá-lo. A expertise na área médica o ajudará a seguir o caminho mais rápido, confiável e assertivo para a resolução do seu problema.