Dados publicados pela Nielsen – líder global em percepções, dados e análises de audiência – mostram que o Brasil tem mapeados atualmente 500 mil influenciadores digitais com até 10 mil seguidores em todo o país. O número é equivalente à quantidade de médicos registrados no Conselho Federal de Medicina (CFM) no território nacional.
São mais de 10,5 milhões de influenciadores conversando com milhões de pessoas todos os dias, mas a relação entre eles e os médicos vai além desse dado.
É cada vez mais comum vermos influencers recomendarem médicos e outros profissionais da área da saúde pelo atendimento excelente, um tratamento inovador e/ou um procedimento cirúrgico considerado um sucesso pelo paciente.
Afinal, esse tipo de “publicidade” é permitida pelos conselhos? Para orientar os médicos sobre os critérios em relação a esse tipo de divulgação, nós preparamos esse material, que tem o objetivo de compilar todas essas informações e ajudar o profissional de saúde a não correr riscos. Acompanhe.
Por mais que parceria com influenciadores traga bons resultados para uma empresa, na área da saúde, esse tipo de permuta ou negociação não é permitida pelo Conselho de Publicidade Médica.
Qualquer iniciativa que dê a entender que houve uma parceria entre médico e influenciador digital pode acarretar sérias consequências no âmbito de um processo ético. Portanto, é melhor evitar esse risco.
Se, ainda assim, o paciente insistir em realizar esse tipo de ação, a recomendação é solicitar que o influenciador publique somente em seu perfil, relatando a sua experiência, sem que o médico participe ou dê qualquer contrapartida à publicação. Por outro lado, é importante que o médico não compartilhe ou publique o conteúdo em seus canais digitais.
Existe uma série de recomendações para os profissionais da saúde sobre a participação em entrevistas ou criação de conteúdo para as redes sociais. Todos eles estão relacionados e especificados no Manual da Publicidade Médica, um documento on-line disponibilizado pela autoridade competente sobre o assunto: o Conselho Federal de Medicina. Nós resumimos as recomendações mais importantes a seguir, confira:
O que o médico pode fazer?
O que o médico não pode fazer?
Para mais informações, é recomendável que você leia o manual e tire todas as suas dúvidas. A publicidade médica é um dos principais motivos pelos quais os médicos são processados e punidos no Brasil, portanto, todo cuidado e informação sobre o assunto são essenciais.
Sim, desde que atuem dentro do que determina o Manual de Publicidade Médica. Segundo o que recomenda o próprio Conselho de Publicidade Médica, o profissional de saúde deve oferecer conteúdo exclusivamente informativo e educativo para a sociedade, sem citar promoções ou publicar fotos de antes e depois dos pacientes.
Quem deseja ocupar esse espaço dentro da sua área pode usar como referência outros profissionais que realizam esse tipo de trabalho, como o Dr. Drauzio Varella, que possui diversos canais digitais e, recentemente, migrou até para o TikTok.
Caso os médicos não sigam as orientações e as determinações dos órgãos e instituições competentes, acabarão se expondo a possíveis punições, que podem variar de acordo com a gravidade da conduta e a natureza da infração.
Os casos serão apreciados e julgados pelo Conselho Regional de Medicina da jurisdição em que o profissional exerce suas atividades e as penas podem variar de uma simples advertência até a cassação do exercício profissional, sendo que essa última penalidade é aplicada em hipóteses raras e muito graves, geralmente ligadas a condutas reincidentes.
Converse com uma assessoria jurídica especializada na área médica ou um advogado de confiança, para que ele explique as restrições quanto ao uso das redes sociais e parcerias com influenciadores digitais. Entenda os riscos e, então, tome a decisão mais assertiva para a sua estratégia de comunicação.