Os planos de saúde registraram, neste mês de maio, o menor índice de uso por parte de seus beneficiários. As informações foram divulgadas no último boletim da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A suspensão de cirurgias e exames eletivos devido à pandemia de Covid-19 e a menor procura por consultas e procedimentos não relacionados à doença levou à queda na utilização dos planos por parte dos beneficiários.
Com isso, as operadoras de saúde reduziram os seus custos, aumentando a sua margem de lucro, conforme detalha o relatório da ANS.
Em maio, 66% da média do valor recebido pelos planos de saúde como contrapartida dos seus beneficiários foi gasto com a cobertura de exames, consultas, cirurgias, etc.. Em abril, este percentual foi de 76%. Quanto menor o percentual, maior o lucro por parte das operadoras.
O levantamento da agência também mostrou uma alta significativa no número de inadimplentes, com uma média de 16% em maio, um aumento de três pontos percentuais se comparado ao mês anterior. ara especialistas do setor, é necessária uma nova abordagem em relação aos inadimplentes neste período de pandemia. Nesse sentido,o Projeto de Lei 1542/20 pretende suspender os reajustes nos prêmios dos planos de saúde pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias. O projeto já foi aprovado pelo Senado e segue para a Câmara dos Deputados. Evidentemente, existe uma grande resistência das operadoras em negociar suas mensalidades com os beneficiários.
Ainda segundo o o levantamento da ANS, cerca de 61% dos leitos da rede privada estavam ocupados no mês de maio, com e sem UTI. Ainda assim, o percentual é menor do que o registrado no mesmo período em 2019 (76%). Isso se deve, em parte, pelo aumento no número de leitos para atendimento à demanda da Covid-19.
Mesmo com a taxa de ocupação consideravelmente baixa e o menor uso dos planos pelos consumidores, de 1º de março até a primeira quinzena de junho, foram recebidas pela ANS 4.701 reclamações dos usuários dos planos.
Entre as queixas apresentadas estão não só a dificuldade nos atendimentos relacionados aos exames ou no tratamento da Covid-19, como também a temas não assistenciais, como contratados e regulamentos, por exemplo.