Mais de 678 mil mortes e 33 milhões de casos confirmados de Covid-19 no Brasil. O impacto da pandemia na vida dos brasileiros deixou diferentes tipos de sequelas, não só pela doença em si, mas devido às diversas consequências nos âmbitos social, econômico e etc., que trouxeram impactos à saúde mental das pessoas.
O aumento dos problemas psicológicos registrados ao longo do último ano é um exemplo. Casos de ansiedade, depressão e a Síndrome do Burnout foram diagnosticados com maior frequência, o que revela a importância de discutir sobre o cuidado com elas, evitando problemas mais graves.
Essa discussão é reforçada pela campanha Setembro Amarelo, que acontece todos os anos, desde 2014, com objetivo trazer para a pauta a prevenção sobre o suicídio.
Como a pandemia impactou a quantidade de suicídios no Brasil e no mundo? Em que casos a pessoa pode recorrer aos planos de saúde? Nós responderemos essas e outras perguntas ao longo deste artigo. Acompanhe a seguir!
Um estudo publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2017 colocou o Brasil como o país com o maior índice de ansiosos do mundo. Eram cerca de 9,3% da população que representava alarmantes 18 milhões de pessoas.
Nos casos de depressão, o país ficou em 3º lugar, com 5,8% da população, ou seja, 11 milhões de habitantes sofrendo da doença. A diferença para os dois primeiros colocados, Estados Unidos e Austrália, foi de apenas 0,1%. De lá para cá, a situação só ficou mais complexa.
Com a pandemia e o impacto do luto, do medo e do isolamento causados pela Covid-19, cresceu o número de pessoas com ansiedade, depressão e outros problemas relacionados à saúde mental. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, ¼ da população do Brasil tem, teve ou terá depressão ao longo da vida.
Segundo dados divulgados pelo Datasus, o total de óbitos por lesões autoprovocadas saltou de cerca de 7 mil para 14 mil nos últimos 20 anos. O número representa mais de uma morte por hora, tornando-se mais letais do que acidentes de motos, por exemplo.
Por mais que esse aumento siga a tendência da América Latina, o Brasil vai na contramão de outros países do mundo, em que houve uma redução no número de casos. De acordo com a OMS, esse aumento de mortes por suícidio se deve por:
Como evitar esse problema tão grave? Ouvir e cuidar. Antes de chegar ao ponto de tirar a própria vida, uma pessoa que sofre com doenças como depressão, ansiedade e até a Síndrome do Burnout, que tem aumentado sua frequência nos consultórios de psiquiatria, apresenta sinais que está sofrendo, o que nem sempre é perceptível ou compreendido por aqueles que o cercam.
Ainda, é importante ressaltar que esses casos não são uma exclusividade dos adultos ou pessoas mais velhas. Olhar para a saúde mental das crianças e adolescentes é fundamental para prevenção do suicídio, que também tem crescido entre os mais jovens.
Em abril deste ano, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, realizou uma pesquisa que mostrou que 69% dos alunos da rede pública demonstraram algum sintoma de depressão no retorno presencial às aulas.
Entre os os entrevistados pela pela pesquisa, 5,7% dos alunos sofreram violência psicológica e física em casa em algum momento durante o isolamento. Um pouco menos de 4% vive com a violência diária em seu lar e 18% perdem o sono por conta de pressão e estresse.
Outro estudo, realizado pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) reforçou a importância de olhar para as nossas crianças e adolescentes. Segundo a pesquisa, 36% dos jovens no Brasil apresentaram sintomas de depressão e ansiedade durante a pandemia.
Na ocasião, foram entrevistados cerca de 6.000 jovens com idade entre 5 e 17 anos. Ou seja, 1 em cada 3 crianças e adolescentes possui níveis de estresse emocional que exige uma avaliação.
Nesses casos, estar atento e bem informado, saber ouvir e procurar o suporte profissional é essencial para a detecção e a prevenção.
Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, a doença se tornou ainda mais frequente e ganhou enfoque depois da pandemia de Covid-19 no Brasil. Tanto que a partir do dia 1º de janeiro de 2022 ela foi considerada uma doença ocupacional e agora integra a Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A doença acontece pelo estresse crônico no trabalho e tem como características a tensão devido ao excesso de atividade profissional, com esgotamento físico e mental, ansiedade, depressão e a perda no interesse no trabalho.
Com a mudança, o trabalhador passa a ter direito a licença médica remunerada por um período de 15 dias de afastamento. Esse período afastado é fundamental pode ser decisivo, evitando problemas mais graves como o suicídio.
Caso o trabalhador precisar exceder os 15 dias, ele terá direito ao benefício previdenciário pago pelo INSS, chamado auxílio-doença acidentário, que prevê a estabilidade provisória. Veja mais sobre o tema aqui.
Contudo, infelizmente os benefícios estão destinados apenas aos trabalhadores com carteira assinada. Em um cenário em que o trabalho informal e precarizado aumenta a cada dia, é necessário dobrar a atenção com relação à saúde mental. As pressões e estresse do trabalho, somadas à insegurança causada pela pandemia geram uma carga silenciosa para o trabalhador.
Diante desses diversos cenários, nas ocasiões mais extremas, o desfecho pode ser o suicídio. Por isso, a campanha do Setembro Amarelo é tão importante para salvar vidas.
Durante este mês, são realizadas diversas ações de conscientização e informação sobre os sinais que uma pessoa com tendências suicidas pode apresentar, como se livrar do preconceito e de formas efetivas de ajuda.
No site oficial do movimento , existem diversos materiais de informação que podem auxiliar quem está precisando. Aqui no blog nós também já falamos sobre o Setembro Amarelo e outros temas ligados à saúde mental e a cobertura dos planos de saúde , como você pode ver mais clicando aqui.
E se você acha que está tendo problemas relacionados à sua saúde mental ou conhece alguém que está passando por alguma dificuldade, não hesite em procurar ajuda.
Para saber mais sobre a cobertura de tratamentos psiquiátricos e o que fazer em casos de negativa de plano de saúde, acompanhe as dicas e insights em nossas redes sociais ou fique de olho no nosso blog.
** Se quiser ou precisar conversar, procure o CVV (Centro de Valorização à Vida). Lá, é possível encontrar apoio emocional gratuito e sigiloso. Acesse o site ou ligue 188. Saúde mental é coisa séria e toda vida tem valor.