Nos últimos anos, mais precisamente de 2014 para cá, o número de suicídios cresceu consideravelmente no Brasil. Segundo estudo divulgado pela insurtech Azos (startup voltada para clientes de seguradoras), houve um aumento de 28% nos casos desde então, chegando a 12,8 mil pessoas que tiram a própria vida por ano, diferentemente do que acontece ao redor do mundo. No mesmo período, a média Global teve uma queda de 36%. O assunto é muito sério e tratado cada vez com mais cautela, tendo sido criado, para conscientizar a população, o Setembro Amarelo, lembrado no Brasil desde 2015.
A campanha surgiu para alertar sobre os perigos desse problema, muitas vezes com sintomas silenciosos. Causado, em mais de 90% dos casos, pela depressão e ansiedade, o preconceito já bastante conhecido na busca por ajuda psicológica facilita no aumento dessa infeliz estatística.
Justamente por isso, o Setembro Amarelo foi criado baseado na história do jovem Mike Emme, de 17 anos. Em 1995, o norte-americano não apresentava nenhum indício de problema psicológico. Pelo contrário, era muito ativo e admirado. Mesmo com a pouca idade, foi capaz de reformar seu Mustang e o pintou de amarelo. Logo após cometer suicídio, que surpreendeu a todos, os colegas de Mike fizeram uma cesta com fitas amarelas e um recado nelas: “Se precisar, peça ajuda”. A história viralizou e a campanha teve adesão em diversas partes do globo.
O Setembro Amarelo também chamou a atenção para projetos já existentes, como é o caso do Centro de valorização a Vida (CVV). Criado na década de 60, a associação sem fins lucrativos junta cerca de 4 mil voluntários dispostos a ouvir e socorrer a um pedido de ajuda. Anualmente, são mais de 3 milhões de atendimentos. Eles atendem por quase todos os meios de comunicação. Desde o telefone gratuito, número 188, até e-mail, mensagens por aplicativo, chat online e encontros presenciais (realizados antes da pandemia) em diversos pontos do país.
Também reconhecendo a gravidade do problema, a Organização Mundial da Saúde divulgou no primeiro semestre um guia (disponível no link apenas em inglês) com orientações visando diminuir o número de suicídios em 33% até 2030.
Lá, os países são direcionados a cuidar preventivamente dos pacientes e identificar o problema cada vez mais cedo, permitindo o precoce início dos tratamentos necessários.
Muitas vezes silenciosa e ocultada pelas pessoas, as doenças que possibilitam indicar uma tendência ao suicídio podem apresentar pequenos sinais. Pessoas depressivas, ansiosas ou que tiveram uma grande guinada em algum momento da vida podem precisar de uma ajuda ou um socorro. Ainda mais nesse período de pandemia em que vivemos, no qual os aumentos de problemas psicológicos diagnosticados, de 2019 para cá, disparou, e como as seguradoras de saúde tratam os casos. comentamos anteriormente aqui no nosso blog. Portanto ficar atento e estender a mão pode salvar vidas.