No período dedicado à conscientização e celebração das conquistas dos direitos das mulheres em nossa sociedade, em referência ao Dia Internacional da Mulher, nós trazemos uma pauta importante: os cuidados com a saúde. Depressão, osteoporose, câncer de mama e doenças sexualmente transmissíveis são algumas das doenças que mais atingem mulheres no Brasil e no mundo. Com tantas patologias, acabamos não nos atentando a outras condições que também impactam diretamente na qualidade de vida das pessoas, como o autismo.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizado por deficiente interação e comunicação social, padrões estereotipados e repetitivos de comportamento e desenvolvimento intelectual irregular, podendo influenciar o seu portador de forma leve, moderada ou severa. Justamente por estar dentro de um espectro, este transtorno atinge cada pessoa de maneira diferente, embora normalmente compartilhem as mesmas dificuldades.
Por mais que seja um transtorno popularmente conhecido por afetar, em sua maioria, pessoas do sexo masculino, ele tem apresentado um crescimento considerável entre as mulheres, segundo estudo divulgado pelo Journal of Autism and Developmental Disorders, publicado no ano passado.
O levantamento mostra que a proporção atual de autistas é de 1.8 homens para cada mulher, enquanto antes a diferença era de 3 para 1. Nos últimos anos, observou-se que o crescimento deste transtorno no sexo feminino se deu pelo seu diagnóstico tardio.
Na maioria dos casos, os sintomas são identificados ainda na infância, mas as meninas conseguem “escondê-los” por mais tempo, como explica o vídeo da psiquiatra, Julia Trindade. Veja mais a seguir:
Ao passo que o Transtorno do Espectro Autista é mais bem compreendido pela ciência, o seu diagnóstico apresenta maior facilidade, o que reflete no crescente número de casos cada vez mais divulgados em estudos e estatísticas.
Segundo estudos, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) tem origem genética, fatores neurobiológicos ou fatores ambientais do cotidiano. Quanto antes diagnosticado, mais eficaz será o tratamento e os sintomas podem ser mínimos, aumentando a qualidade de vida e possibilitando à pessoa enfrentar de forma mais adequada as adversidades.
O acompanhamento multidisciplinar, composto por pediatra, psiquiatra, neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros, é o mais recomendado para ajudar no desenvolvimento da criança autista.
Atualmente, um método bastante eficaz no auxílio às crianças portadoras de autismo é o ABA (Applied Behavior Analysis). Ele estuda o comportamento da pessoa, como ela é afetada pelo ambiente em que vive e o aprendizado em torno dos dois pontos citados: comportamento e ambiente. A partir daí, trabalham-se os princípios da aprendizagem operante para incentivar a reprodução de comportamentos positivos e a aquisição de novas habilidades por meio de práticas intensas e reforço direcionado.
Por ser um método contínuo e de longa duração, como a maioria dos tratamentos, também pode ser mais oneroso para a maioria dos pacientes. Como os planos de saúde costumam ser relutantes a esse tipo de cobertura, a situação fica ainda mais complicada.
Atualmente, os Tribunais firmaram posicionamento no sentido de que os planos e seguros de saúde devem dar cobertura não apenas ao acompanhamento multidisciplinar do portador de autismo, mas também ao método ABA, quando indicado por seu médico assistente, como já comentamos anteriormente no nosso blog. Então, o que fazer?
Em caso de negativa da operadora, a nossa recomendação é procurar um advogado de sua confiança para verificar as medidas que possam ser adotadas para a cobertura dos tratamentos necessários e indicados pelo médico.