Você já parou para pensar como que um médico escolheu sua especialização? Em alguns casos, esses profissionais seguem uma tradição familiar, outros descobrem a vocação bastante cedo, no começo da sua carreira na área de saúde.
Independentemente do percurso, nos dois casos sempre existe uma fonte de inspiração, seja uma pessoa, um filme ou um momento particular no decorrer da vida. Mas não adianta apenas a visão romântica da profissão, não é mesmo? Afinal, a medicina é uma área extremamente complexa, exige estudo e muita dedicação. Além dos anos dedicados à universidade, ainda há o tempo de residência, o plano de estudo rigoroso e uma carga de trabalho muito alta.
Como o profissional de medicina pode se preparar para essa jornada que está apenas começando? É sobre isso que falaremos no texto a seguir. Acompanhe!
Para entender melhor, acompanhamos a trajetória do agora cirurgião plástico, Felipe Rosas Homem. Desde o início da graduação até o final da segunda especialização, levou o tempo de 12 anos de preparo para conseguir o Registro de Qualificação de Especialista.
A graduação de medicina prepara o profissional para ser um bom médico generalista. O suficiente para atender e sanar problemas do dia a dia, plantões em hospitais, entre outras atividades, que apesar de extremamente relevantes, são básicas e pouco especializadas.
Após os dois primeiros anos de graduação, alguns contatos com diversas áreas são possibilitados pela faculdade. Entre elas, as Ligas, que são grupos de alunos que buscam a mesma especialização de interesse para já com ela se familiarizar desde cedo. Inclusive, foi criada a ABLAM (Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas Médicas).
“As ligas existem dentro das faculdades e são formadas por alunos dos mais diferentes anos e focam nas especializações. Dentro dessas ligas, são dadas aulas, palestras dos profissionais especialistas, debates, plantões e trabalhos comunitários”, explicou Felipe.
Normalmente, nos últimos três anos da graduação, os estudantes passam pelos chamados Ciclo Clínico e Internato, onde vão mais a fundo no tratamento de doenças, começam a lidar diretamente com as pessoas e passam pelos estágios obrigatórios em áreas como a Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, Saúde da Criança, da Mulher, do Idoso e da Família, entre outras especialidades.
“No internato, nós acompanhamos o cotidiano de cada especialização. Algumas exigem um pouco mais de tempo, outras menos. A média é de um mês de acompanhamento diário”, contou o nosso entrevistado.
Após a graduação convencional, o médico recém-formado pode fazer o registro de seu diploma no CRM (inscrição no Conselho Regional de Medicina) para atuar efetivamente como médico, em plantões, por exemplo.
Para tornar-se um especialista, o primeiro passo é entrar em contato com a associação responsável pela sua especialização que quer seguir. No caso do Dr. Rosas Homem, sua orientação foi por parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
“A Sociedade exige que o médico faça a residência em cirurgia geral, que dura 3 anos, e depois em cirurgia plástica, que também dura 3 anos. Ou seja, são mais 6 anos de qualificação para aí sim passar pelas três provas que possibilitam obter o RQE e me tornar um especialista. ”, disse.
No caso, as três provas consistem em prova teórica, prova prática e por último uma entrevista com análise de currículo. Cada Sociedade tem seu tempo de especialização exigido durante a residência e diferentes métodos de avaliação para conseguir o registro de qualificação. Além de algumas regras após a aprovação.
“A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica exige que eu contribua com uma mensalidade e participe de atividades de atualização, como palestras e congressos para continuar com meu registro”, concluiu.
Saber quais são as especialidades da área médica é fundamental para os profissionais que buscam uma especialização. Nós separamos algumas delas, as mais comuns, entre os profissionais que atuam no segmento. Veja mais:
A área da medicina tem várias vertentes e diferentes intensidades. Por isso, é importante desde cedo se familiarizar com as diferentes experiências que a faculdade proporciona e definir um trajeto, pois a formação não se conclui nos 5 anos de graduação.
Dependendo da especialização, o tempo pode dobrar e chegar até 11 anos de preparo para que finalmente o médico se torne um especialista e possa, após o registro, divulgar a sua especialidade.
Portanto, assim como em outras áreas, a universidade é apenas o começo. Mais do que o diploma, o médico precisa ser um profissional em constante aprendizado e aperfeiçoamento e dirigir sua capacidade técnica sempre no melhor interesse do paciente.