Vontade de comer o tempo todo, mesmo sem fome? Sempre vem aquela sensação de precisar comer e, ao mesmo tempo, surge o receio da comida acabar? É ainda pior quando a culpa vem logo após fazer uma refeição? Esses podem ser alguns sintomas de Transtorno de Compulsão Alimentar. Muito mais comum do que se imagina, ela atinge 5% da população brasileira. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no Brasil são mais de 10 milhões de pessoas com TCA, quase o dobro da média mundial, que é de 2,7%.
A compulsão alimentar ganhou combustível nos últimos dois anos e tornou-se cada vez mais corriqueira entre os brasileiros devido à pandemia de Covid-19. Uma das principais causas do transtorno é a ansiedade. No decorrer de dois anos de confinamento e incertezas, muitos problemas psicológicos foram desenvolvidos e afetaram o cotidiano, muitos decorrentes da ansiedade.
Dietas restritivas também podem ser muito traumáticas. A sensação de ser privado do prazer de comer leva a exagerar e “aproveitar” o momento antes que acabe – causa mais comum do famoso “efeito sanfona” causado pelo ganho e perda de peso constantes.
Além desses motivos, problemas hormonais ou algum trauma psicológico vivido pela pessoa pode resultar na vontade constante de comer, que acaba tornando-se uma válvula de escape.
O motivo do TCA não ser facilmente identificado se dá pelos sintomas facilmente pré-julgados, como falta de esforço e foco na busca de uma alimentação saudável. Ou por justificar o problema com outro problema, como a falta de tempo e o cotidiano corrido.
Outros sintomas:
O tratamento costuma ser longo, visto que o processo necessita quebrar barreiras e paradigmas já instaurados no inconsciente do paciente. Portanto, o acompanhamento começa com um psicólogo. Durante as sessões, os problemas e gatilhos são identificados na raiz para que sejam trabalhados no dia a dia e o paciente consiga diminuir os hábitos que incentivam o ato de comer de forma incontrolável. Em alguns casos, é necessário procurar um psiquiatra, em razão da necessidade de uso de ansiolíticos, , já que a ansiedade costuma ser o principal motivo que desencadeia todo o resto.
Em casos mais extremos, nos quais a obesidade tomou proporções perigosas para a vida do paciente, a cirurgia bariátrica entra como uma etapa dentro do tratamento. Que também conta com um acompanhamento psicológico, antes, durante e após o tratamento, pois a compulsão pode continuar mesmo após o procedimento cirúrgico.
Muitas vezes, o tratamento psicológico e psiquiátrico não está coberto pelo plano de saúde ou mesmo encontra limitações de cobertura. Todavia, caso seja necessário e o paciente seja tenha recomendação de um médico, o plano deve arcar com a cobertura das sessões durante o período exigido pelo profissional.
Além disso, a cobertura é também obrigatória no caso da cirurgia bariátrica, ainda que seja utilizada a tecnologia robótica, como comentamos recentemente aqui no blog.
Por acharmos irrelevantes, pequenos detalhes podem nos levar a problema ainda maior. E se o receio for por não ter auxílio no tratamento, procure um advogado especialista para saber as possibilidades e seus diretos com a cobertura do plano de saúde.
Quanto antes diagnosticado, mais rápido o tratamento e melhor qualidade de vida terá.